Ministro Cristiano Zanin é presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Ministro Cristiano Zanin é presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
O ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o ministro Luiz Fux, durante a leitura do voto na ação penal da trama golpista, para perguntar por mais quanto tempo o ministro iria utilizar para concluir o voto. Terceiro a votar, o ministro apresentou o seu voto das 9h às 20h – com pausa para o almoço – com diversos contrapontos às teses e manifestações de Alexandre de Moraes, relator do caso e que votou pela condenação dos oito réus por todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta a Zanin, Fux não estabeleceu um tempo para concluir, mas disse que fica quanto tempo for necessário. “Fico até hora que for preciso”, enfatizou.
Fux fez análise individualizada dos réus. O primeiro caso analisado foi do tenente-corenel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Fux votou para condenar Cid pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e absolveu pelos crimes organização criminosa armada, golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Fux também votou pela absolvição de todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
O ministro Luiz Fux votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro dos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O placar está em 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro.
Como já havia feito para os réus Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Fux entendeu que o ex-presidente não liderou nem integrou organização criminosa.
Quanto aos crimes de dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, imputados a Bolsonaro por causa das depredações do 8 de Janeiro, Fux afirmou que não há nenhuma prova de que o ex-presidente mandou a multidão danificar os prédios públicos.
Para o magistrado, “seria necessário demonstrar que o resultado [o 8 de Janeiro] é consequência” dos discursos e comportamentos de Bolsonaro nos meses anteriores, o que a Procuradoria não fez. “Falta nexo de causalidade”, disse Fux.
O ministro também votou para absolver Bolsonaro dos dois crimes contra a democracia denunciados pela PGR: tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Para Fux, nos três eixos, não há provas de que Bolsonaro participou de atos executórios de crimes contra as instituições democráticas.
No caso da Abin, o software que teria sido usado ilegalmente, segundo Fux, deixou de ser usado em maio de 2021 — antes, portanto, do início dos fatos criminosos apontados pela PGR, que teriam começado em julho de 2021.
Além disso, a Procuradoria não apontou, ainda segundo Fux, quais leis foram violadas pelo uso do software FirstMile.
Quanto a discursos e entrevistas, Fux afirmou que “a simples defesa de mudança do sistema de votação não pode ser considerada narrativa subversiva”.
Nesse cenário o ministro citou a minuta golpista, que previa a decretação de estado de sítio no país para suspender a sucessão eleitoral. Essa minuta, de acordo com a acusação, foi discutida com chefes militares em reuniões no Palácio da Alvorada.
https://www.osul.com.br/zanin-pergunta-quando-termina-voto-de-fux-fico-ate-hora-que-for-preciso-responde-ministro/ Zanin pergunta quando termina voto de Fux; “Fico até hora que for preciso”, responde ministro 2025-09-10
Aliados do ex-presidente acreditam que caso pode ir ao plenário da Corte. (Foto: Ton Molina/STF) Parlamentares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoraram e foram positivamente surpreendidos com o voto do ministro Luiz Fux no julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal). Na Primeira Turma, ele já era considerado por bolsonaristas o …
Zambelli é alvo de um pedido de cassação que tramita na CCJ da Câmara dos Deputados. (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados) A AGU alegou que os documentos sobre o processo de Zambelli “dizem respeito à estratégia jurídica de defesa dos interesses do Estado brasileiro e às teses e argumentos que o Brasil deve levar ao …
Partidos anunciaram que políticos com mandato devem sair do governo Lula até o dia 30. (Foto: Reprodução) A federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, anunciou o desembarque do governo Lula e promete apoiar uma candidatura presidencial de direita contra o petista, mas deve manter indicados em cargos federais, como o comando de …
O benefício atingiria apenas quem executou o golpe, não quem planejou. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Em 8 de janeiro de 2023 e no dia seguinte em frente ao quartel-general do Exército, 1.406 pessoas foram presas em flagrante. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) Uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) concorda com a proposta do presidente do …
Zanin pergunta quando termina voto de Fux; “Fico até hora que for preciso”, responde ministro
Ministro Cristiano Zanin é presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Ministro Cristiano Zanin é presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
O ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o ministro Luiz Fux, durante a leitura do voto na ação penal da trama golpista, para perguntar por mais quanto tempo o ministro iria utilizar para concluir o voto. Terceiro a votar, o ministro apresentou o seu voto das 9h às 20h – com pausa para o almoço – com diversos contrapontos às teses e manifestações de Alexandre de Moraes, relator do caso e que votou pela condenação dos oito réus por todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta a Zanin, Fux não estabeleceu um tempo para concluir, mas disse que fica quanto tempo for necessário. “Fico até hora que for preciso”, enfatizou.
Fux fez análise individualizada dos réus. O primeiro caso analisado foi do tenente-corenel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Fux votou para condenar Cid pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e absolveu pelos crimes organização criminosa armada, golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Fux também votou pela absolvição de todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
O ministro Luiz Fux votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro dos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O placar está em 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro.
Como já havia feito para os réus Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Fux entendeu que o ex-presidente não liderou nem integrou organização criminosa.
Quanto aos crimes de dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, imputados a Bolsonaro por causa das depredações do 8 de Janeiro, Fux afirmou que não há nenhuma prova de que o ex-presidente mandou a multidão danificar os prédios públicos.
Para o magistrado, “seria necessário demonstrar que o resultado [o 8 de Janeiro] é consequência” dos discursos e comportamentos de Bolsonaro nos meses anteriores, o que a Procuradoria não fez. “Falta nexo de causalidade”, disse Fux.
O ministro também votou para absolver Bolsonaro dos dois crimes contra a democracia denunciados pela PGR: tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Para Fux, nos três eixos, não há provas de que Bolsonaro participou de atos executórios de crimes contra as instituições democráticas.
No caso da Abin, o software que teria sido usado ilegalmente, segundo Fux, deixou de ser usado em maio de 2021 — antes, portanto, do início dos fatos criminosos apontados pela PGR, que teriam começado em julho de 2021.
Além disso, a Procuradoria não apontou, ainda segundo Fux, quais leis foram violadas pelo uso do software FirstMile.
Quanto a discursos e entrevistas, Fux afirmou que “a simples defesa de mudança do sistema de votação não pode ser considerada narrativa subversiva”.
Nesse cenário o ministro citou a minuta golpista, que previa a decretação de estado de sítio no país para suspender a sucessão eleitoral. Essa minuta, de acordo com a acusação, foi discutida com chefes militares em reuniões no Palácio da Alvorada.
https://www.osul.com.br/zanin-pergunta-quando-termina-voto-de-fux-fico-ate-hora-que-for-preciso-responde-ministro/
Zanin pergunta quando termina voto de Fux; “Fico até hora que for preciso”, responde ministro
2025-09-10
Related Posts
Bolsonaristas celebram voto do ministro Luiz Fux e veem brecha para anular condenação
Aliados do ex-presidente acreditam que caso pode ir ao plenário da Corte. (Foto: Ton Molina/STF) Parlamentares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoraram e foram positivamente surpreendidos com o voto do ministro Luiz Fux no julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal). Na Primeira Turma, ele já era considerado por bolsonaristas o …
Caso da deputada federal Carla Zambelli: governo Lula impõe sigilo de 5 anos em informações enviadas à Itália
Zambelli é alvo de um pedido de cassação que tramita na CCJ da Câmara dos Deputados. (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados) A AGU alegou que os documentos sobre o processo de Zambelli “dizem respeito à estratégia jurídica de defesa dos interesses do Estado brasileiro e às teses e argumentos que o Brasil deve levar ao …
Partidos União Brasil e Progressistas falam em desembarque do governo Lula, mas mantêm ministérios, estatais e cargos nos Estados
Partidos anunciaram que políticos com mandato devem sair do governo Lula até o dia 30. (Foto: Reprodução) A federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, anunciou o desembarque do governo Lula e promete apoiar uma candidatura presidencial de direita contra o petista, mas deve manter indicados em cargos federais, como o comando de …
Ministros do Supremo negociam com o presidente do Senado penas menores a réus do 8 de Janeiro, em troca de “enterro” da anistia
O benefício atingiria apenas quem executou o golpe, não quem planejou. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Em 8 de janeiro de 2023 e no dia seguinte em frente ao quartel-general do Exército, 1.406 pessoas foram presas em flagrante. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) Uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) concorda com a proposta do presidente do …