Segundo interlocutores, não havia mais ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento de Bolsonaro
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Segundo interlocutores, não havia mais ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento de Bolsonaro. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
A decisão do ministro Luiz Fux de pedir para deixar a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e migrar para a 2ª Turma é mais do que uma simples movimentação administrativa na esteira da aposentadoria de Luís Roberto Barroso da Corte.
Na avaliação de integrantes do STF, a relação de Fux com os demais colegas da 1ª Turma estava praticamente insustentável. Segundo interlocutores, não havia mais clima nem ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento do núcleo crucial da trama golpista, em setembro, que condenou Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão. Fux foi o único a votar pela absolvição do ex-presidente.
A divergência repercutiu muito entre os demais ministros e, de lá para cá, a situação foi ficando muito ruim nos bastidores. A transferência para 2ª Turma, presidida por Gilmar Mendes, será decidida pelo presidente do STF, ministro Edson Fachin.
Se a mudança for acatada, Fux pode deixar de participar de decisões relacionadas à tentativa de golpe – o ministro, entretanto, manifestou disposição para participar dos casos já marcados.
Embora Fux não tenha citado casos específicos, a Primeira Turma tem previstos para novembro e dezembro os julgamentos de dois novos núcleos da trama golpista de 2022, que apura a tentativa de golpe de Estado.
Além disso, há expectativa sobre como Fux vai se posicionar na 2ª Turma. No documento enviado a Fachin na terça-feira (21), Fux cita o artigo 19 do Regimento Interno do STF para manifestar seu interesse em compor a 2ª Turma, “considerando a vaga aberta pela aposentadoria do Ministro Luís Roberto Barroso”.
Fux integra atualmente a 1ª Turma, grupo responsável por julgar os réus da trama golpista. Também fazem parte os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A 2ª Turma, para a qual Fux pede transferência, contava com Barroso e tem como membros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, André Mendonça e Nunes Marques.
Cada uma das turmas é composta por cinco dos 11 ministros do Supremo — a exceção é o presidente, que fica fora dos grupos. Inicialmente, com a saída de Barroso, o indicado por Lula ocuparia a Segunda Turma, sucedendo-o no colegiado.
Agora, como o novo magistrado ainda não tomou posse, se o pedido de Fux for atendido, ele vai passar a compor a Primeira Turma quando assumir a cadeira no Supremo.
Pelo regimento do tribunal, tem preferência para a escolha o ministro mais antigo na Corte. Se isso ocorrer, o novo ministro vai atuar em processos que estão na Primeira Turma. A depender do momento em que chegar ao colegiado pode, por exemplo, atuar no julgamento de eventuais recursos em processos da trama golpista.
https://www.osul.com.br/para-ministros-do-supremo-a-relacao-de-luiz-fux-com-colegas-da-1a-turma-estava-insustentavel/ Para ministros do Supremo, a relação de Luiz Fux com colegas da 1ª Turma estava insustentável 2025-10-22
Tarcísio é o nome favorito dos partidos de centro-direita para enfrentar Lula em 2026 Foto: Ricardo Stuckert/PR Tarcísio é o nome favorito dos partidos de centro-direita para enfrentar Lula em 2026. (Foto: Ricardo Stuckert/PR) Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viram a nova crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como a “prova” …
“Não dá para eu ver todos os dias um deputado federal lá nos Estados Unidos instigando um país contra o meu País”, disse o presidente do Senado. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado) O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou nessa quarta-feira (17), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e disse que o parlamentar instiga os …
“Sou candidato à reeleição em São Paulo como eu tenho dito”, disse Tarcísio depois da visita. (Foto: Rodrigo Batista/Governo do Estado de SP) O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou novamente ser candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, defendeu a aprovação de uma anistia para pacificar o País e criticou a …
Em nota, o parlamentar afirmou que não teve acesso ao inquérito policial e que está à disposição da PF para colaborações. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados) A PF (Polícia Federal) deflagrou nessa terça-feira (14) a sexta fase da Operação Overclean, que mira desvios de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro com recursos de emendas …
Para ministros do Supremo, a relação de Luiz Fux com colegas da 1ª Turma estava insustentável
Segundo interlocutores, não havia mais ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento de Bolsonaro
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Segundo interlocutores, não havia mais ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento de Bolsonaro. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
A decisão do ministro Luiz Fux de pedir para deixar a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e migrar para a 2ª Turma é mais do que uma simples movimentação administrativa na esteira da aposentadoria de Luís Roberto Barroso da Corte.
Na avaliação de integrantes do STF, a relação de Fux com os demais colegas da 1ª Turma estava praticamente insustentável. Segundo interlocutores, não havia mais clima nem ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento do núcleo crucial da trama golpista, em setembro, que condenou Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão. Fux foi o único a votar pela absolvição do ex-presidente.
A divergência repercutiu muito entre os demais ministros e, de lá para cá, a situação foi ficando muito ruim nos bastidores. A transferência para 2ª Turma, presidida por Gilmar Mendes, será decidida pelo presidente do STF, ministro Edson Fachin.
Se a mudança for acatada, Fux pode deixar de participar de decisões relacionadas à tentativa de golpe – o ministro, entretanto, manifestou disposição para participar dos casos já marcados.
Embora Fux não tenha citado casos específicos, a Primeira Turma tem previstos para novembro e dezembro os julgamentos de dois novos núcleos da trama golpista de 2022, que apura a tentativa de golpe de Estado.
Além disso, há expectativa sobre como Fux vai se posicionar na 2ª Turma. No documento enviado a Fachin na terça-feira (21), Fux cita o artigo 19 do Regimento Interno do STF para manifestar seu interesse em compor a 2ª Turma, “considerando a vaga aberta pela aposentadoria do Ministro Luís Roberto Barroso”.
Fux integra atualmente a 1ª Turma, grupo responsável por julgar os réus da trama golpista. Também fazem parte os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A 2ª Turma, para a qual Fux pede transferência, contava com Barroso e tem como membros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, André Mendonça e Nunes Marques.
Cada uma das turmas é composta por cinco dos 11 ministros do Supremo — a exceção é o presidente, que fica fora dos grupos. Inicialmente, com a saída de Barroso, o indicado por Lula ocuparia a Segunda Turma, sucedendo-o no colegiado.
Agora, como o novo magistrado ainda não tomou posse, se o pedido de Fux for atendido, ele vai passar a compor a Primeira Turma quando assumir a cadeira no Supremo.
Pelo regimento do tribunal, tem preferência para a escolha o ministro mais antigo na Corte. Se isso ocorrer, o novo ministro vai atuar em processos que estão na Primeira Turma. A depender do momento em que chegar ao colegiado pode, por exemplo, atuar no julgamento de eventuais recursos em processos da trama golpista.
https://www.osul.com.br/para-ministros-do-supremo-a-relacao-de-luiz-fux-com-colegas-da-1a-turma-estava-insustentavel/
Para ministros do Supremo, a relação de Luiz Fux com colegas da 1ª Turma estava insustentável
2025-10-22
Related Posts
Aliados do presidente Lula viram a nova crise do IOF como a “prova” de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas ainda mira disputar o Planalto em 2026
Tarcísio é o nome favorito dos partidos de centro-direita para enfrentar Lula em 2026 Foto: Ricardo Stuckert/PR Tarcísio é o nome favorito dos partidos de centro-direita para enfrentar Lula em 2026. (Foto: Ricardo Stuckert/PR) Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viram a nova crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como a “prova” …
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre criticou a conduta do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos
“Não dá para eu ver todos os dias um deputado federal lá nos Estados Unidos instigando um país contra o meu País”, disse o presidente do Senado. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado) O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou nessa quarta-feira (17), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e disse que o parlamentar instiga os …
Após visitar Bolsonaro, em prisão domiciliar, Tarcísio diz que será candidato à reeleição em São Paulo
“Sou candidato à reeleição em São Paulo como eu tenho dito”, disse Tarcísio depois da visita. (Foto: Rodrigo Batista/Governo do Estado de SP) O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou novamente ser candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, defendeu a aprovação de uma anistia para pacificar o País e criticou a …
Polícia Federal deflagra operação sobre desvios em emendas parlamentares e apreende celular de deputado do partido União Brasil
Em nota, o parlamentar afirmou que não teve acesso ao inquérito policial e que está à disposição da PF para colaborações. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados) A PF (Polícia Federal) deflagrou nessa terça-feira (14) a sexta fase da Operação Overclean, que mira desvios de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro com recursos de emendas …