Ex-presidente já foi classificado como indigno para a vida militar. (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
A contagem regressiva para a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro já começou. Não é mais questão se vai, mas quando vai para cadeia.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou Bolsonaro, ainda não abriu o jogo para onde pretende mandar o condenado. Os derradeiros recursos estão na reta final e o magistrado tem o poder de indicar o local e a forma de cumprimento da pena.
Os problemas de saúde do ex-presidente têm sido apresentados como a razão maior para não submetê-lo à crueza de uma penitenciária. Há ainda a questão do cargo que ocupou.
Como ex-presidente, tem status de pessoa politicamente sensível. Preso, é responsabilidade do Estado assegurar sua segurança. Se algo ocorre a um detento com esse currículo a confusão está posta. E a responsabilidade é toda do próprio Estado.
As alternativas até aqui postas começam por deixar Bolsonaro onde já está: preso em casa. Outro destino aponta para uma cela especial num setor da Papuda em Brasília em que estão detidos apenas policiais condenados. Celas da Polícia Federal também poderiam ser o destino de Bolsonaro, como já foram de Lula.
Mas como foi capitão do Exército brasileiro, o ex-presidente poderia também ser recebido pela força militar e ali alojado em dependências especiais.
Há ainda a situação dos generais quatro estrelas também condenados. Estes, ainda que com a conduta recente reprovada em forma sentença criminal, estariam protegidos pelas normas militares com direito à prisão em dependências castrenses.
Já a questão que envolve a possibilidade de o Exército virar o carcereiro de Bolsonaro se choca com o passado do próprio Exército.
Vale mais uma vez relembrar: foi a força quem divulgou, em fevereiro de 1988, um manifesto por meio de seu Centro de Comunicação Social. O texto é do tempo em que o capitão Bolsonaro e um colega foram mandados para rua por atos considerados inadmissíveis a um militar.
“Conscientemente, faltaram com a verdade e macularam a dignidade militar”. “Tornaram-se, assim, estranhos ao meio em que vivem e sujeitos tanto à rejeição de seus pares como a serem considerados indignos para a carreira das armas”. As duas frases acima são do Exército. Nos idos de 1980, Bolsonaro fora classificado como indigno.
Neste 2025, o ex-presidente carrega a faixa de condenado por tentar um golpe de Estado. E o Exército pode escolher de que lado quer ficar e que mensagem pretende passar.
Pode acolher o ex-chefe das Forças Armadas bajulado por boa parte do oficialato que preferiu apagar a memória dos precedentes de indignidade; ou pode apontar que a caserna não tem lugar para tal pessoa.
Cabe lembrar que a escolha não é do Exército. É do relator do STF. Mas se a caserna se apresenta como um destino possível para Bolsonaro está, de novo, trazendo para si a responsabilidade por um personagem que, no passado, já provara que não respeitava a farda que vestia. (Opinião de Francisco Leali/Agência Estado)
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Cabe lembrar que a escolha não é do Exército. É do relator do STF. Mas se a caserna se apresenta como um destino possível para Bolsonaro está, de novo, trazendo para si a responsabilidade por um personagem que, no passado, já provara que não respeitava a farda que vestia. (Opinião de Francisco Leali/Agência Estado)
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2025-11-21
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