Gabriel Galípolo assumiu o Banco Central em janeiro deste ano
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Gabriel Galípolo assumiu o Banco Central em janeiro deste ano. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Em entrevista ao Estadão, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi direta: “Quando o Galípolo entrou, a gente teve condescendência”, disse a ministra.
Traduzindo: a manutenção dos juros na estratosfera pelo BC mesmo sob a direção de Galípolo, colocado ali em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi de início tolerada pelo governo porque, segundo a versão petista da época, era resultado ainda das decisões do BC na presidência de Roberto Campos Neto – que Lula tratou como o principal inimigo do Brasil.
Passado quase um ano da gestão de Galípolo, porém, a “condescendência” acabou. Para a ministra Gleisi, os dirigentes do BC têm sido “mais realistas que o rei”. E ela avisou que o governo continuará a pressionar pela queda dos juros porque “não pode deixar só o mercado pressionar” para “subir a taxa”.
Nesse sentido, roga-se que o jovem presidente do BC mantenha-se firme na sua determinação de conduzir a política monetária conforme os melhores parâmetros econômicos, e não segundo os humores de seu padrinho Lula.
Mas Galípolo terá trabalho. Na entrevista ao Estadão, a ministra Gleisi argumentou que um punhado de indicadores econômicos momentaneamente positivos são suficientes para determinar o corte na taxa. Falou em geração de emprego, PIB positivo e o que chamou de “inflação sob controle” – o que não coaduna com uma taxa acumulada de 5,17%, nos 12 meses encerrados em setembro, muito acima da meta de 3%.
O IPCA está 2,17 pontos porcentuais acima do centro da meta, alvo da política monetária do BC. Mas para o governo petista o centro da meta é uma abstração. A ministra Gleisi, seguindo o padrão do governo, comentou que a “meta de 3% também é bem apertada”. Ora, essa meta é determinada pelo próprio governo no Conselho Monetário Nacional.
Um dos principais fatores de pressão inflacionária – e que, consequentemente, provoca alta dos juros – é o descontrole fiscal do governo Lula. Se o governo fizesse sua parte, os juros já teriam caído. Mas os petistas, como sabemos, são muito condescendentes com a inflação. (Opinião/O Estado de S. Paulo)
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Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Gabriel Galípolo assumiu o Banco Central em janeiro deste ano. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
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Traduzindo: a manutenção dos juros na estratosfera pelo BC mesmo sob a direção de Galípolo, colocado ali em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi de início tolerada pelo governo porque, segundo a versão petista da época, era resultado ainda das decisões do BC na presidência de Roberto Campos Neto – que Lula tratou como o principal inimigo do Brasil.
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Nesse sentido, roga-se que o jovem presidente do BC mantenha-se firme na sua determinação de conduzir a política monetária conforme os melhores parâmetros econômicos, e não segundo os humores de seu padrinho Lula.
Mas Galípolo terá trabalho. Na entrevista ao Estadão, a ministra Gleisi argumentou que um punhado de indicadores econômicos momentaneamente positivos são suficientes para determinar o corte na taxa. Falou em geração de emprego, PIB positivo e o que chamou de “inflação sob controle” – o que não coaduna com uma taxa acumulada de 5,17%, nos 12 meses encerrados em setembro, muito acima da meta de 3%.
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Um dos principais fatores de pressão inflacionária – e que, consequentemente, provoca alta dos juros – é o descontrole fiscal do governo Lula. Se o governo fizesse sua parte, os juros já teriam caído. Mas os petistas, como sabemos, são muito condescendentes com a inflação. (Opinião/O Estado de S. Paulo)
https://www.osul.com.br/o-governo-trata-o-presidente-do-banco-central-como-funcionario-esquecendo-da-autonomia-da-autarquia/
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2025-11-12
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