Agentes substituíram força-tarefa da BM presente no complexo desde 1995. (Foto: Arquivo/SSP)
A Polícia Penal do Rio Grande do Sul está completando dois anos no comando da Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA, antigo Presídio Central), função que era desempenhada desde 1995 por cerca de 200 integrantes de uma força-tarefa da Brigada Militar (BM). Conforme o governo gaúcho, a medida permitiu que estes últimos reforçassem o patrulhamento nas ruas da Capital e de outras cidades.
De acordo com estimativa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), cerca de 10 mil brigadianos (incluindo 19 oficiais) atuaram na instituição carcerária ao longo de quase três décadas. O chefe do Executivo estadual, Eduardo Leite, ressalta:
“É impossível falar da transformação do Presídio Central em Cadeia Pública sem reconhecer a contribuição da Brigada. Foram milhares de homens e mulheres que, com coragem e dedicação, mantiveram a ordem em um dos contextos mais desafiadores do sistema prisional brasileiro. Esse esforço começou de forma emergencial e se mostrou decisivo para que pudéssemos dar um novo passo”.
Obras de readequação
A substituição no comando da CPPA se deu durante as obras de readequação do complexo, que já foi considerado um dos piores da América Latina. Na avaliação do titular da Secretaria dos Sistemas Penal e Socieducativo (SSPS), a iniciativa é um marco no setor:
“A obra da CPPA é um divisor de águas, é a resposta deste governo, desta gestão para um problema que manchava a imagem do sistema prisional no Estado. E que com muito planejamento, organização e investimentos está mudando de cenário”.
Cenário crítico
Nas décadas de 1980 e 1990, o sistema prisional gaúcho passava por uma série de dificuldades estruturais e de déficit de servidores penitenciários. Os maiores estabelecimentos da época enfrentavam, com frequência, fugas e rebeliões, algumas com mortes de agentes e tomada de reféns – como nos incidentes de 1987 e 1994 no Presídio Central.
Em 25 de julho de 1995, o governo do Estado instituiu uma força-tarefa ao considerar um possível colapso dos serviços penitenciários, passando à BM a gestão do complexo da Capital, bem como da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), da Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC) e da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ). A corporação se tornou assim a única força policial militar do País a administrar presídios.
Quando foi instituída, a proposta inicial da “Operação Canarinho” – nome dado à força-tarefa – era de uma atuação em caráter provisório, não superior a seis meses, a fim de restabelecer a ordem nas unidades. Mas o baixo efetivo da Superintência dos Serviços Penitenciários (Susepe) na época não possibilitou o retorno da instituição no período estipulado: em vez de 180, foram 10.200 dias.
Além disso, nos últimos seis anos houve o chamado de 4.281 novos servidores para a Polícia Penal, que conta atualmente com um efetivo de 6.658 servidores. Para dar início à gestão da CPPA, no ano retrasado um total de 172 servidores penitenciários foram lotados no estabelecimento, ocupando um espaço antes tomado por 184 PMs. Com a a inauguração da nova CPPA, o número de servidores no complexo passa a ser de 260.
(Marcello Campos)
https://www.osul.com.br/ha-dois-anos-comecava-a-gestao-da-policia-penal-na-cadeia-publica-de-porto-alegre/ Há dois anos, começava a gestão da Polícia Penal na Cadeia Pública de Porto Alegre 2025-09-09
Procedimento também pode ser realizado em outras instituições do Rio Grande do Sul. (Foto: Itamar Aguiar/Arquivo SES) O Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre precisa de doações de sangue de todos os tipos, a fim de repor os estoques em uma instituição com alta demanda de pacientes, muitos deles atendidos em estado grave …
A iniciativa tem o objetivo de colaborar com o descarte correto de resíduos que não são recolhidos pelas coletas regulares do DMLU. Foto: Cristine Rochol/PMPA A iniciativa tem o objetivo de colaborar com o descarte correto de resíduos que não são recolhidos pelas coletas regulares do DMLU. (Foto: Cristine Rochol/PMPA) O projeto Bota-Fora, promovido pelo …
Águas do Guaíba invadiram a cidade em maio do ano passado Foto: Giulian Serafim/PMPA Águas do Guaíba invadiram a cidade em maio do ano passado. (Foto: Giulian Serafim/PMPA) O MP (Ministério Público) do Rio Grande do Sul arquivou o inquérito civil que investigava possíveis falhas no SPCC (sistema de proteção contra cheias) em Porto Alegre …
Tarifas em alta, ideias em movimento: líderes se reúnem para redefinir o papel do Brasil no comércio global. Foto: O Sul Tarifas em alta, ideias em movimento: líderes se reúnem para redefinir o papel do Brasil no comércio global. (Foto: O Sul) No dia 24/09, Porto Alegre será palco do evento “Repactuando a Globalização – …
Há dois anos, começava a gestão da Polícia Penal na Cadeia Pública de Porto Alegre
Agentes substituíram força-tarefa da BM presente no complexo desde 1995. (Foto: Arquivo/SSP)
A Polícia Penal do Rio Grande do Sul está completando dois anos no comando da Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA, antigo Presídio Central), função que era desempenhada desde 1995 por cerca de 200 integrantes de uma força-tarefa da Brigada Militar (BM). Conforme o governo gaúcho, a medida permitiu que estes últimos reforçassem o patrulhamento nas ruas da Capital e de outras cidades.
De acordo com estimativa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), cerca de 10 mil brigadianos (incluindo 19 oficiais) atuaram na instituição carcerária ao longo de quase três décadas. O chefe do Executivo estadual, Eduardo Leite, ressalta:
“É impossível falar da transformação do Presídio Central em Cadeia Pública sem reconhecer a contribuição da Brigada. Foram milhares de homens e mulheres que, com coragem e dedicação, mantiveram a ordem em um dos contextos mais desafiadores do sistema prisional brasileiro. Esse esforço começou de forma emergencial e se mostrou decisivo para que pudéssemos dar um novo passo”.
Obras de readequação
A substituição no comando da CPPA se deu durante as obras de readequação do complexo, que já foi considerado um dos piores da América Latina. Na avaliação do titular da Secretaria dos Sistemas Penal e Socieducativo (SSPS), a iniciativa é um marco no setor:
“A obra da CPPA é um divisor de águas, é a resposta deste governo, desta gestão para um problema que manchava a imagem do sistema prisional no Estado. E que com muito planejamento, organização e investimentos está mudando de cenário”.
Cenário crítico
Nas décadas de 1980 e 1990, o sistema prisional gaúcho passava por uma série de dificuldades estruturais e de déficit de servidores penitenciários. Os maiores estabelecimentos da época enfrentavam, com frequência, fugas e rebeliões, algumas com mortes de agentes e tomada de reféns – como nos incidentes de 1987 e 1994 no Presídio Central.
Em 25 de julho de 1995, o governo do Estado instituiu uma força-tarefa ao considerar um possível colapso dos serviços penitenciários, passando à BM a gestão do complexo da Capital, bem como da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), da Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC) e da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ). A corporação se tornou assim a única força policial militar do País a administrar presídios.
Quando foi instituída, a proposta inicial da “Operação Canarinho” – nome dado à força-tarefa – era de uma atuação em caráter provisório, não superior a seis meses, a fim de restabelecer a ordem nas unidades. Mas o baixo efetivo da Superintência dos Serviços Penitenciários (Susepe) na época não possibilitou o retorno da instituição no período estipulado: em vez de 180, foram 10.200 dias.
Além disso, nos últimos seis anos houve o chamado de 4.281 novos servidores para a Polícia Penal, que conta atualmente com um efetivo de 6.658 servidores. Para dar início à gestão da CPPA, no ano retrasado um total de 172 servidores penitenciários foram lotados no estabelecimento, ocupando um espaço antes tomado por 184 PMs. Com a a inauguração da nova CPPA, o número de servidores no complexo passa a ser de 260.
(Marcello Campos)
https://www.osul.com.br/ha-dois-anos-comecava-a-gestao-da-policia-penal-na-cadeia-publica-de-porto-alegre/
Há dois anos, começava a gestão da Polícia Penal na Cadeia Pública de Porto Alegre
2025-09-09
Related Posts
Banco de Sangue do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre necessita de doadores para reposição do estoque
Procedimento também pode ser realizado em outras instituições do Rio Grande do Sul. (Foto: Itamar Aguiar/Arquivo SES) O Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre precisa de doações de sangue de todos os tipos, a fim de repor os estoques em uma instituição com alta demanda de pacientes, muitos deles atendidos em estado grave …
Projeto Bota-Fora atende 14 comunidades nesta semana em Porto Alegre
A iniciativa tem o objetivo de colaborar com o descarte correto de resíduos que não são recolhidos pelas coletas regulares do DMLU. Foto: Cristine Rochol/PMPA A iniciativa tem o objetivo de colaborar com o descarte correto de resíduos que não são recolhidos pelas coletas regulares do DMLU. (Foto: Cristine Rochol/PMPA) O projeto Bota-Fora, promovido pelo …
Ministério Público arquiva inquérito sobre possíveis falhas no sistema de proteção contra cheias em Porto Alegre
Águas do Guaíba invadiram a cidade em maio do ano passado Foto: Giulian Serafim/PMPA Águas do Guaíba invadiram a cidade em maio do ano passado. (Foto: Giulian Serafim/PMPA) O MP (Ministério Público) do Rio Grande do Sul arquivou o inquérito civil que investigava possíveis falhas no SPCC (sistema de proteção contra cheias) em Porto Alegre …
“Repactuando a Globalização” reúne líderes em Porto Alegre para discutir tarifas
Tarifas em alta, ideias em movimento: líderes se reúnem para redefinir o papel do Brasil no comércio global. Foto: O Sul Tarifas em alta, ideias em movimento: líderes se reúnem para redefinir o papel do Brasil no comércio global. (Foto: O Sul) No dia 24/09, Porto Alegre será palco do evento “Repactuando a Globalização – …