Aliados do governador de SP também têm visto nas idas dele a Brasília uma busca por aumentar o cacife para ser o nome do bolsonarismo em 2026. (Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes)
Com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, a ala oposicionista do Centrão aumentou a pressão sobre o ex-presidente por uma definição do candidato da direita para enfrentar Lula (PT) em 2026. A articulação também tem feito o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se movimentar.
Parlamentares próximos ao ex-presidente esperam que nos próximos dias ele dê recados mais claros sobre a sucessão, enquanto ainda está em prisão domiciliar. Em paralelo, dirigentes de siglas do Centrão atuam para construir uma candidatura presidencial de direita que não inclua ninguém da família Bolsonaro.
Tarcísio é o nome preferido de dirigentes do Centrão como os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira. Com o fim do julgamento, a articulação para convencer Bolsonaro a dar aval a Tarcísio aumentou, de acordo com interlocutores a par das conversas.
Recados
— Todos que colocaram seu nome para 2026 são legítimos, mas precisam do apoio de Bolsonaro e sabem disso. Não adianta ter pressa. Se ainda houver democracia, Bolsonaro é o candidato e será o próximo presidente do país — alega o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O parlamentar também tem levado adiante conversas sobre anistia, que se misturam ao contexto eleitoral. Um desses exemplos é a nova ida de Tarcísio a Brasília nesta semana em busca de destravar o andamento do texto. O governador faz a articulação depois de atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em aceno ao bolsonarismo. Ele tentará encontros, segundo aliados, com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que têm esfriado as negociações. A expectativa da oposição agora é de que o assunto ganhe nova tração e volte a ser discutido na reunião de líderes.
Aliados do governador também têm visto nas idas dele a Brasília uma busca por aumentar o cacife para ser o nome do bolsonarismo em 2026, no que seria uma demonstração de “fidelidade” ao ex-presidente. Procurado, Tarcísio negou que a articulação esteja relacionada com a busca pelo Planalto:
— Não sou candidato (à Presidência). Ao contrário de todas especulações, da crença generalizada, para mim, não faz sentido. Vou ficar (no governo de SP) e concorrer à reeleição.
Mesmo após ter assumido o papel de articulador da anistia, Tarcísio convive com resistências no bolsonarismo. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já manifestou incômodo com a performance do governador, considerado pouco assertivo.
Há também divisões entre apoiadores de Bolsonaro a respeito do projeto de perdão aos envolvidos nos atos antidemocráticos. PP e União Brasil, que encabeçam a negociação no Congresso, têm insistido em descartar qualquer versão que recupere a chance de Bolsonaro concorrer na eleição do ano que vem. O argumento desses partidos é que a decisão que o tornou inelegível é da Justiça Eleitoral, fora do escopo do 8 de janeiro. Esses partidos até aceitam incluir Bolsonaro no texto, mas tratando apenas da condenação na trama golpista.
— Não adianta ter anistia que não inclua a questão do Bolsonaro no 8 de janeiro. Mas o PL quer também acrescentar a condenação do TSE, o que tem reações de pessoas que não querem. Aí reside o problema maior — avalia o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), um dos vice-presidentes do partido.
Por trás disso, está o interesse de dirigentes como Ciro Nogueira, Rueda e os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSD, Gilberto Kassab, de construir uma candidatura presidencial de direita, mas que não inclua Bolsonaro e ninguém de sua família. Na outra ponta, o PL insiste em um perdão amplo. A queda de braço se espalha para a escolha de quem vai relatar o projeto, o que já indicará um caminho para o texto. O PL trabalha para que a escolha recaia sobre um parlamentar da ala mais bolsonarista de partidos do Centrão, o que facilitaria a inclusão de uma anistia eleitoral. (Com informações do portal O Globo)
https://www.osul.com.br/centrao-pressiona-bolsonaro-a-indicar-candidato-a-presidencia-da-republica-antes-da-sua-prisao-e-mira-chapa-sem-integrante-da-familia-do-ex-presidente/ Centrão pressiona Bolsonaro a indicar candidato a Presidência da República antes da sua prisão e mira chapa sem integrante da família do ex-presidente 2025-09-14
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Centrão pressiona Bolsonaro a indicar candidato a Presidência da República antes da sua prisão e mira chapa sem integrante da família do ex-presidente
Aliados do governador de SP também têm visto nas idas dele a Brasília uma busca por aumentar o cacife para ser o nome do bolsonarismo em 2026. (Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes)
Com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, a ala oposicionista do Centrão aumentou a pressão sobre o ex-presidente por uma definição do candidato da direita para enfrentar Lula (PT) em 2026. A articulação também tem feito o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se movimentar.
Parlamentares próximos ao ex-presidente esperam que nos próximos dias ele dê recados mais claros sobre a sucessão, enquanto ainda está em prisão domiciliar. Em paralelo, dirigentes de siglas do Centrão atuam para construir uma candidatura presidencial de direita que não inclua ninguém da família Bolsonaro.
Tarcísio é o nome preferido de dirigentes do Centrão como os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira. Com o fim do julgamento, a articulação para convencer Bolsonaro a dar aval a Tarcísio aumentou, de acordo com interlocutores a par das conversas.
Recados
— Todos que colocaram seu nome para 2026 são legítimos, mas precisam do apoio de Bolsonaro e sabem disso. Não adianta ter pressa. Se ainda houver democracia, Bolsonaro é o candidato e será o próximo presidente do país — alega o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O parlamentar também tem levado adiante conversas sobre anistia, que se misturam ao contexto eleitoral. Um desses exemplos é a nova ida de Tarcísio a Brasília nesta semana em busca de destravar o andamento do texto. O governador faz a articulação depois de atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em aceno ao bolsonarismo. Ele tentará encontros, segundo aliados, com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que têm esfriado as negociações. A expectativa da oposição agora é de que o assunto ganhe nova tração e volte a ser discutido na reunião de líderes.
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Mesmo após ter assumido o papel de articulador da anistia, Tarcísio convive com resistências no bolsonarismo. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já manifestou incômodo com a performance do governador, considerado pouco assertivo.
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Por trás disso, está o interesse de dirigentes como Ciro Nogueira, Rueda e os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSD, Gilberto Kassab, de construir uma candidatura presidencial de direita, mas que não inclua Bolsonaro e ninguém de sua família. Na outra ponta, o PL insiste em um perdão amplo. A queda de braço se espalha para a escolha de quem vai relatar o projeto, o que já indicará um caminho para o texto. O PL trabalha para que a escolha recaia sobre um parlamentar da ala mais bolsonarista de partidos do Centrão, o que facilitaria a inclusão de uma anistia eleitoral. (Com informações do portal O Globo)
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