Ex-presidente disse que bateu na escada, depois que tentou abrir por curiosidade e, por último, que tentou abrir porque teve um surto. (Foto: Alan Santos/PR)
As mudanças de versão sobre a violação da tornozeleira eletrônica dificultam a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliam investigadores ouvidos pelo blog do colunista Octavio Guedes, do portal g1.
Foram três versões até aqui, documentadas em registros oficiais:
* bateu na escada; * tentou abrir por curiosidade; * tentou abrir porque teve um surto.
Bateu na escada
O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), órgão do governo do Distrito Federal, que controla remotamente Bolsonaro, recebeu à 0h07 do dia 22 de novembro o alerta indicando violação do dispositivo.
Imediatamente, foram acionadas a equipe de escolta que estava em frente à residência e a diretora do centro de monitoramento, Rita Gaio, que se dirigiu para a residência de Bolsonaro.
Os policiais penais não levaram nem 10 minutos para se encontrar com Bolsonaro.
A primeira versão que esses policiais receberam, segundo o relatório entregue pelo CIME, é de que Bolsonaro tinha batido o aparelho na escada.
“Curiosidade”
Pouco tempo depois – provavelmente entre 0h40 e 0h50, segundo o blog – o ex-presidente deu outra versão: admitiu que tentou violar o equipamento com um ferro de solda. A motivação, nas palavras do presidente, era “curiosidade”.
Diretora: Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa pra queimar? Jair Bolsonaro: Meti um ferro quente aqui.
Diretora: Ferro quente?
Bolsonaro: Curiosidade.
Diretora: Que ferro foi? Ferro de passar?
Bolsonaro: Não. Ferro de soldar, solda.
Diretora: Ferro de soldar? Aquele que tem uma ponta?
Bolsonaro: Sim.
Diretora: Tá ok. O senhor tentar puxar a pulseira, também?
Bolsonaro: Não, não não, isso não. Não rompi a pulseira não.
Diretora: Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, senhor Jair?
Diretora: Final da tarde? Tá certo. Essa tampa chegou a soltar, não?
Bolsonaro: Não. Tudo em paz, tudo na paz aqui.
Paranoia e alucinação
No dia seguinte, na audiência de custódia, já com a presença de advogado, Bolsonaro deu uma terceira versão: disse que estava estado de paranoia por conta de medicamentos, e que teve alucinação:
Bolsonaro respondeu que teve uma “certa paranoia” em razão de medicamentos que tem tomado. Ele citou pregabalina e sertralina, usados para tratamentos psiquiátricos, especialmente em casos de ansiedade e depressão.
Ele também disse que tem o sono “picado” e não dorme direito. Por isso, resolveu, com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, porque tem curso de operação desse tipo de equipamento. (Com informações do colunista Octavio Guedes, do portal g1)
https://www.osul.com.br/bolsonaro-apresenta-3-versoes-sobre-tornozeleira-eletronica-e-pode-dificultar-sua-defesa/ Bolsonaro apresenta 3 versões sobre tornozeleira eletrônica e pode dificultar sua defesa 2025-11-24
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As mudanças de versão sobre a violação da tornozeleira eletrônica dificultam a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliam investigadores ouvidos pelo blog do colunista Octavio Guedes, do portal g1.
Foram três versões até aqui, documentadas em registros oficiais:
* bateu na escada;
* tentou abrir por curiosidade;
* tentou abrir porque teve um surto.
Bateu na escada
O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), órgão do governo do Distrito Federal, que controla remotamente Bolsonaro, recebeu à 0h07 do dia 22 de novembro o alerta indicando violação do dispositivo.
Imediatamente, foram acionadas a equipe de escolta que estava em frente à residência e a diretora do centro de monitoramento, Rita Gaio, que se dirigiu para a residência de Bolsonaro.
Os policiais penais não levaram nem 10 minutos para se encontrar com Bolsonaro.
A primeira versão que esses policiais receberam, segundo o relatório entregue pelo CIME, é de que Bolsonaro tinha batido o aparelho na escada.
“Curiosidade”
Pouco tempo depois – provavelmente entre 0h40 e 0h50, segundo o blog – o ex-presidente deu outra versão: admitiu que tentou violar o equipamento com um ferro de solda. A motivação, nas palavras do presidente, era “curiosidade”.
Diretora: Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa pra queimar?
Jair Bolsonaro: Meti um ferro quente aqui.
Diretora: Ferro quente?
Bolsonaro: Curiosidade.
Diretora: Que ferro foi? Ferro de passar?
Bolsonaro: Não. Ferro de soldar, solda.
Diretora: Ferro de soldar? Aquele que tem uma ponta?
Bolsonaro: Sim.
Diretora: Tá ok. O senhor tentar puxar a pulseira, também?
Bolsonaro: Não, não não, isso não. Não rompi a pulseira não.
Diretora: Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, senhor Jair?
Diretora: Final da tarde? Tá certo. Essa tampa chegou a soltar, não?
Bolsonaro: Não. Tudo em paz, tudo na paz aqui.
Paranoia e alucinação
No dia seguinte, na audiência de custódia, já com a presença de advogado, Bolsonaro deu uma terceira versão: disse que estava estado de paranoia por conta de medicamentos, e que teve alucinação:
Bolsonaro respondeu que teve uma “certa paranoia” em razão de medicamentos que tem tomado. Ele citou pregabalina e sertralina, usados para tratamentos psiquiátricos, especialmente em casos de ansiedade e depressão.
Ele também disse que tem o sono “picado” e não dorme direito. Por isso, resolveu, com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, porque tem curso de operação desse tipo de equipamento. (Com informações do colunista Octavio Guedes, do portal g1)
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2025-11-24
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