Ao todo, 33 cidades tiveram atos. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)
Artistas, políticos e movimentos sociais se reuniram em protestos em todas as capitais brasileiras neste domingo, 21, contra a PEC da Blindagem e a tentativa de anistia a condenados pela tentativa de golpe de Estado. Os maiores atos ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Na Avenida Paulista, manifestantes levaram uma grande bandeira do Brasil em um contraponto ao símbolo dos Estados Unidos exibido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em ato a favor da anistia no dia 7 de Setembro.
Segundo o Monitor do Debate Público da USP, 42,4 mil pessoas compareceram à Paulista neste domingo. No ato bolsonarista pró-anistia foram 42,2 mil.
As manifestações foram promovidas por artistas, movimentos sociais, sindicatos e políticos governistas. Em São Paulo, o protesto começou por volta das 14h. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que o Congresso precisa derrotar o que chamou de “anistia light” aos condenados nos ataques de 8 de Janeiro. “Não tem meio termo”, disse.
Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, os manifestantes exibiram dois grandes bonecos infláveis: um de Jair Bolsonaro com camisa de presidiário e outro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o chapéu do “Tio Sam”.
Na representação, Trump carrega um cartaz com as palavras “Epstein list”, em referência à relação do presidente americano com o empresário Jeffrey Epstein – condenado por pedofilia e morto em 2019 –, de quem Trump era amigo.
Os manifestantes em Copacabana seguravam cartazes com os dizeres: “Congresso, vergonha nacional!” e “os piores deputados da História”, além dos motes “sem anistia” e “não à PEC da Bandidagem”.
O ato no Rio contou com apresentações musicais de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Marina Sena, Ivan Lins, Maria Gadú, Paulinho da Viola e Lenine. Conforme a contagem do Monitor do Debate Público da USP, o público foi de 41,8 mil pessoas. No ato pró-anistia convocado pelos bolsonaristas, em 7 de Setembro, 42,7 mil pessoas estiveram no local.
Caetano Veloso atuou como um mestre de cerimônias no carro de som. Chamou Geraldo Azevedo ao palco, que cantou Bicho de Sete Cabeças e Dia Branco, canção que ele terminou com um arranjo no verso final: “Pro que der e vier comigo, sem anistia”. Em seguida, Caetano assumiu o microfone e disse: “Sem anistia e com democracia. Este é o Brasil bonito”, chamando Ivan Lins na sequência.
Chico Buarque e Gilberto Gil cantaram “Cálice”, uma das canções emblemáticas de protesto contra a ditadura militar.
Em Brasília, a manifestação começou por volta das 10h e foi marcada por críticas ao Congresso e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tido como um dos principais beneficiários do PL da Anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi citado.
Os manifestantes carregavam faixas com dizeres como “Congresso inimigo do povo”, “sem perdão para golpistas” e “sem anistia”. Um dos participantes do ato estimou, do caminhão de som, a presença de 30 mil pessoas. As forças de segurança pública não divulgaram estimativa de público.
Durante o ato, o ex-ministro José Dirceu (PT) fez críticas duras ao Poder Legislativo. “Temos que tomar consciência de que para mudar este País, temos que mudar o Congresso Nacional”, disse o ex-ministro. O ato contou com as apresentações musicais de Chico César e Djonga.
Em Salvador, a manifestação envolveu uma caminhada do Farol ao Cristo, com um trio elétrico puxado pela cantora Daniela Mercury, que se manifestou nas redes.
“Estamos na rua! Contra a PEC da Bandidagem e da Anistia. Salvador dando exemplo de luta pela democracia”, escreveu. O ator Wagner Moura também subiu ao trio e afirmou que “aqui, a extrema direita não se cria”. A percussionista Lan Lanh e sua mulher, a atriz Nanda Costa, também estiveram presentes.
Em Belo Horizonte, a manifestação teve início por volta das 9h, na Praça Raul Soares. Do carro de som, um organizador do evento puxou o grito “bom dia, sem anistia para golpista!”, que foi repetido pelos manifestantes. A frase foi entoada em diferentes momentos do ato e estava presente em cartazes dos manifestantes, assim como “não à PEC da bandidagem” e “Congresso inimigo do povo”.
Em Belém, os manifestantes se reuniram em frente ao Theatro da Paz, na Praça da República, e seguiram até a Estação das Docas. Além de apresentações musicais locais, houve presença do ator Marco Nanini. Com informações do portal Estadão.
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Atos contra anistia e a PEC da Blindagem ocorreram em todo o País
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Segundo o Monitor do Debate Público da USP, 42,4 mil pessoas compareceram à Paulista neste domingo. No ato bolsonarista pró-anistia foram 42,2 mil.
As manifestações foram promovidas por artistas, movimentos sociais, sindicatos e políticos governistas. Em São Paulo, o protesto começou por volta das 14h. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que o Congresso precisa derrotar o que chamou de “anistia light” aos condenados nos ataques de 8 de Janeiro. “Não tem meio termo”, disse.
Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, os manifestantes exibiram dois grandes bonecos infláveis: um de Jair Bolsonaro com camisa de presidiário e outro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o chapéu do “Tio Sam”.
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O ato no Rio contou com apresentações musicais de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Marina Sena, Ivan Lins, Maria Gadú, Paulinho da Viola e Lenine. Conforme a contagem do Monitor do Debate Público da USP, o público foi de 41,8 mil pessoas. No ato pró-anistia convocado pelos bolsonaristas, em 7 de Setembro, 42,7 mil pessoas estiveram no local.
Caetano Veloso atuou como um mestre de cerimônias no carro de som. Chamou Geraldo Azevedo ao palco, que cantou Bicho de Sete Cabeças e Dia Branco, canção que ele terminou com um arranjo no verso final: “Pro que der e vier comigo, sem anistia”. Em seguida, Caetano assumiu o microfone e disse: “Sem anistia e com democracia. Este é o Brasil bonito”, chamando Ivan Lins na sequência.
Chico Buarque e Gilberto Gil cantaram “Cálice”, uma das canções emblemáticas de protesto contra a ditadura militar.
Em Brasília, a manifestação começou por volta das 10h e foi marcada por críticas ao Congresso e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tido como um dos principais beneficiários do PL da Anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi citado.
Os manifestantes carregavam faixas com dizeres como “Congresso inimigo do povo”, “sem perdão para golpistas” e “sem anistia”. Um dos participantes do ato estimou, do caminhão de som, a presença de 30 mil pessoas. As forças de segurança pública não divulgaram estimativa de público.
Durante o ato, o ex-ministro José Dirceu (PT) fez críticas duras ao Poder Legislativo. “Temos que tomar consciência de que para mudar este País, temos que mudar o Congresso Nacional”, disse o ex-ministro. O ato contou com as apresentações musicais de Chico César e Djonga.
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“Estamos na rua! Contra a PEC da Bandidagem e da Anistia. Salvador dando exemplo de luta pela democracia”, escreveu. O ator Wagner Moura também subiu ao trio e afirmou que “aqui, a extrema direita não se cria”. A percussionista Lan Lanh e sua mulher, a atriz Nanda Costa, também estiveram presentes.
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Em Belém, os manifestantes se reuniram em frente ao Theatro da Paz, na Praça da República, e seguiram até a Estação das Docas. Além de apresentações musicais locais, houve presença do ator Marco Nanini. Com informações do portal Estadão.
https://www.osul.com.br/atos-contra-anistia-e-a-pec-da-blindagem-ocorrem-em-todo-o-pais/
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2025-09-21
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