Até maio passado, Cavalcanti era sócio e vice-presidente do escritório de advocacia Nelson Willians, outro alvo da CPI do INSS. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
O empresário Fernando Cavalcanti, investigado pela Polícia Federal (PF) por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentou R$ 175 milhões em dois anos e meio, incluindo o financiamento de 14 carros de luxo. O montante aponta indícios de transferências incompatíveis com seu patrimônio e suspeitas de sonegação fiscal. As informações constam de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPI do INSS e obtido pela Coluna do Estadão.
Procurado, Fernando Cavalcanti não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações. Em outubro, ele negou irregularidades em depoimento à CPI. “Nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Minha atuação sempre foi de gestor, e os pagamentos por mim recebidos eram compatíveis com todas as funções que eu desempenhava com a minha vida empresarial”.
Até maio passado, Cavalcanti era sócio e vice-presidente do escritório de advocacia Nelson Willians, outro alvo da CPI do INSS. Em setembro, o empresário teve bens apreendidos pela Polícia Federal (PF) – entre eles, uma réplica de carro de Fórmula 1 e relógios que chegam a R$ 1,3 milhão.
Empresário financiou 14 carros de luxo em 5 meses
Segundo o órgão de combate à lavagem de dinheiro, ao todo Cavalcanti financiou ao menos 14 carros de luxo, com valor de mercado acima de R$ 200 mil, o que alertou o Coaf. Esses financiamentos foram assinados aos poucos desde 2023, e aconteceram em cinco meses. Em junho e em julho de 2024, por exemplo, seis desses automóveis tiveram o financiamento formalizado.
O relatório alertou para “operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais”. Esse trecho foi citado em relação a transferências bancárias em sete contas de Cavalcanti.
Outra atividade suspeita apontada pelo Coaf foi o curto tempo que quantias recebidas de dinheiro ficavam na conta, com o “imediato débito dos valores” sem justificativa.
Cavalcanti movimentou R$ 79 milhões em um ano
Ao longo de um ano, o empresário alvo da CPI movimentou R$ 79,7 milhões em uma conta bancária, de acordo com o Coaf. “Suspeita-se de movimentação de recursos de terceiros para fins de sonegação fiscal”, afirmou o documento. Ainda sobre essa conta, o órgão ressaltou: “Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”.
Alvo da CPI presenteou governador com Fusca de R$ 70 mil
Em abril passado, quando Cavalcanti era sócio e vice-presidente do escritório Nelson Willians, presenteou com um Fusca de R$ 70 mil o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Como mostrou a Coluna, na época o escritório de advocacia já era contratado pelo BRB, banco estatal.
“Ibaneis é um amigo, um excelente gestor, uma pessoa que tem minha total deferência e respeito. Eu tenho muita tranquilidade e muito prazer em ter dado esse fusca para ele”, disse o empresário em depoimento à CPI do INSS.
Na última sexta-feira, 31, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) pediu que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investigue a doação. (Coluna de opinião do portal Estadão).
https://www.osul.com.br/o-empresario-investigado-pela-policia-federal-por-supostas-fraudes-no-inss-movimentou-r-175-milhoes-em-dois-anos-e-meio/ O empresário investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes no INSS movimentou R$ 175 milhões em dois anos e meio 2025-11-08
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Alvo da CPI presenteou governador com Fusca de R$ 70 mil
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“Ibaneis é um amigo, um excelente gestor, uma pessoa que tem minha total deferência e respeito. Eu tenho muita tranquilidade e muito prazer em ter dado esse fusca para ele”, disse o empresário em depoimento à CPI do INSS.
Na última sexta-feira, 31, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) pediu que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investigue a doação. (Coluna de opinião do portal Estadão).
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