Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos
Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos. (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)
Recluso em sua casa em um bairro de classe média alta de Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem dividido a rotina entre encontros políticos, consultas médicas e momentos de lazer diante da televisão, assistindo a jogos de futebol.
No último sábado, o ex-presidente completou dois meses em prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos — como do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
As conversas têm girado em torno do cenário eleitoral de 2026 e de seus planos para reorganizar a direita. Entre remédios espalhados pela casa e crises de soluço recorrentes, Bolsonaro tem enviado recados sobre possíveis candidaturas para o ano que vem e reforçado um tema recorrente: o pedido de anistia.
Antes de o Congresso aprovar a urgência do texto Bolsonaro já havia deixado claro a quem o procura que não aceita negociações que não resultem em perdão amplo e irrestrito.
Tentativas de parte da bancada do PL ligada ao Centrão de construir uma saída intermediária — com redução da pena para dois ou três anos e manutenção em regime domiciliar — não foram bem recebidas pelo próprio ex-presidente.
A articulação já encontrava dificuldades no Congresso e esfriou nesta semana quando o projeto de dosimetria relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) perdeu tração. Hoje, após a derrota da PEC da Blindagem, até mesmo o PL da dosimetria, como foi renomeado, não encontra consenso.
Nas conversas, Bolsonaro também tem dito que Michelle será candidata ao Senado pelo Distrito Federal; Eduardo disputará uma cadeira no Senado; e Tarcísio de Freitas está liberado para se articular nacionalmente.
A rotina do ex-presidente tem sido intensa também nos cuidados médicos. Neste mês, Bolsonaro precisou ser internado por dois dias em um hospital particular de Brasília. As crises de soluço e refluxo, que já vinham se intensificando, o levaram a fazer uma bateria de exames.
Desde a leitura da sentença condenatória no STF, o receio de ser transferido para o Complexo da Papuda virou preocupação constante no entorno do ex-presidente. A expectativa é que a condição clínica dele, porém, seja usada como argumento para manutenção do regime domiciliar.
Nesta semana, o ex-mandatário quase precisou retornar ao hospital. Segundo seu médico, Cláudio Birolini, os soluços se intensificam quando ele fala por longos períodos. Sua última crise ocorreu logo após a visita do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou pouco mais de duas horas em sua residência.
Na casa, a cena política acontece em um ambiente típico de enfermaria. A sala que já serviu de palco para transmissões ao vivo e encontros com pastores agora tem receitas médicas e caixas de medicamentos sobre a mesa. Entre chás e comprimidos para controlar o refluxo, Bolsonaro recebe aliados para conversar sobre palanques regionais e a disputa de 2026.
O tom, no entanto, é mais contido: quem o visita nota a dificuldade em manter longas conversas sem que sejam interrompidas pelas crises de soluço.
Além das conversas políticas, Bolsonaro tem se agarrado a uma rotina doméstica. Passa boa parte do tempo diante da televisão, alternando transmissões de futebol e noticiários — momento em que, segundo aliados, reage com comentários sobre sua condenação e o futuro da direita.
A rotina de TV se mistura a pausas para remédios e chá, quase sempre preparados por Michelle. Ela é quem dita o ritmo da casa: controla entradas e saídas, organiza refeições simples e, muitas vezes, interrompe encontros para lembrar o marido da hora dos medicamentos.
Agora, a expectativa gira em torno da publicação do acórdão do julgamento, etapa necessária para que a defesa apresente recursos.
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Futebol na TV, conversas sobre 2026 e remédios: a rotina de Bolsonaro em dois meses de prisão domiciliar
Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos
Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos. (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)
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No último sábado, o ex-presidente completou dois meses em prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos último 60 dias, recebeu mais de trinta visitas de políticos e aliados próximos — como do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
As conversas têm girado em torno do cenário eleitoral de 2026 e de seus planos para reorganizar a direita. Entre remédios espalhados pela casa e crises de soluço recorrentes, Bolsonaro tem enviado recados sobre possíveis candidaturas para o ano que vem e reforçado um tema recorrente: o pedido de anistia.
Antes de o Congresso aprovar a urgência do texto Bolsonaro já havia deixado claro a quem o procura que não aceita negociações que não resultem em perdão amplo e irrestrito.
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O tom, no entanto, é mais contido: quem o visita nota a dificuldade em manter longas conversas sem que sejam interrompidas pelas crises de soluço.
Além das conversas políticas, Bolsonaro tem se agarrado a uma rotina doméstica. Passa boa parte do tempo diante da televisão, alternando transmissões de futebol e noticiários — momento em que, segundo aliados, reage com comentários sobre sua condenação e o futuro da direita.
A rotina de TV se mistura a pausas para remédios e chá, quase sempre preparados por Michelle. Ela é quem dita o ritmo da casa: controla entradas e saídas, organiza refeições simples e, muitas vezes, interrompe encontros para lembrar o marido da hora dos medicamentos.
Agora, a expectativa gira em torno da publicação do acórdão do julgamento, etapa necessária para que a defesa apresente recursos.
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2025-10-06
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