Tarcísio de Freitas freou a ofensiva para eventual candidatura presidencial, em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026
O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. (Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), freou na última semana a ofensiva para uma eventual candidatura presidencial em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026.
Com Tarcísio desacelerando na empreitada, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), buscou contato com políticos e empresários paulistas ao longo da semana para se viabilizar como alternativa.
Aliados de Tarcísio afirmam que a perspectiva de consolidação dele como adversário de Lula em 2026 ficou mais distante após derrotas de seu campo político, como a rejeição à PEC da Blindagem, o enfraquecimento da proposta de anistia e a adesão da população aos atos no domingo passado (21) contra as duas pautas.
Além disso, aliados do governador de São Paulo e de Jair Bolsonaro têm manifestado preocupação com movimentos de pessoas próximas ao ex-presidente que tentam convencê-lo de insistir em uma candidatura ao Planalto, mesmo inelegível e com condenação de 27 anos e três meses de prisão.
Entre os quadros de direita e de centro havia a expectativa de que, com a proximidade do fim do ano, Bolsonaro indicasse com mais segurança que passaria o bastão, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a família mantém o discurso de candidatura do ex-presidente. Dentre esses aliados, há quem veja o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa pelo espólio eleitoral do pai.
O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. Apesar de negar isso publicamente, ele vinha se preparando para essa possibilidade diante de acenos positivos por parte de Bolsonaro. Ele visitará o ex-presidente nesta segunda-feira (29).
A demonstração de desânimo do governador, além dos crescentes alertas de aliados de Bolsonaro, pode também servir como uma forma de pressionar o ex-presidente a se decidir.
Enquanto o governador se distanciou dos holofotes, Ratinho circulou por São Paulo ao lado de Gilberto Kassab, presidente de seu partido e secretário de Governo de Tarcísio, tentando se projetar no estado, que possui o maior eleitorado do país.
A agenda incluiu reunião com empresários, palestra na Associação Comercial (onde Kassab tem influência), cerimônia de filiação de uma ex-secretária de Cultura da capital e um jantar com o ex-tucano Andrea Matarazzo. Além disso, Ratinho também sondou lideranças do interior do estado para ajudá-lo na coordenação da campanha, como o ex-prefeito de Itapevi Igor Soares (Podemos), que em 2022 esteve com Tarcísio.
Matarazzo diz que conhece Ratinho há anos e que o encontro foi apenas para “conversar um pouco”.
Apesar do apoio, Kassab é reticente em abrir mão de Tarcísio, que segue sendo sua primeira opção à Presidência, segundo a Folha apurou. Ratinho é seu plano B, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o plano C. O partido pretende escolher o nome mais competitivo no ano que vem.
“Tem tido, da nossa parte, a abertura de espaço para que eles (Ratinho e Leite) se apresentem, apresentem a sua história, o seu legado”, disse Kassab na sexta (26) ao participar de um evento. “Como governadores, aliás, eles são muito bem avaliados nos seus estados. E vamos aguardar, agora, o desdobramento, as próximas semanas, com muita calma.”
Para um dirigente partidário paulista, as incursões de Ratinho em São Paulo são uma tentativa de projetá-lo como representante da centro-direita, diante da percepção de que Tarcísio optou pela ala mais radical do bolsonarismo. Este dirigente, entretanto, avalia que o governador de São Paulo ainda tem tempo e condições para chegar às eleições com capital político para derrotar Lula.
O nome de Ratinho surge também como alternativa entre bolsonaristas, mas com algum ceticismo quanto à sua viabilidade eleitoral, ainda que ele tenha baixa rejeição e seja ainda pouco conhecido pela população.
Após a prisão de Bolsonaro, o governador de São Paulo intensificou a articulação pela anistia ao seu padrinho político, considerado um gesto importante para conquistar a ala mais radical do bolsonarismo. Viajou a Brasília e fez lobby para aprovar o perdão, mas viu a proposta perder fôlego na última semana.
Já o projeto de anistia, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), acabou se consolidando como o “projeto da dosimetria”, limitado à redução das penas. (Com informações da Folha de S.Paulo)
https://www.osul.com.br/tarcisio-de-freitas-freou-a-ofensiva-para-eventual-candidatura-presidencial-em-meio-a-uma-onda-de-desanimo-na-direita-com-a-resistencia-do-cla-bolsonaro-em-se-decidir-sobre-2026/ Tarcísio de Freitas freou a ofensiva para eventual candidatura presidencial, em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026 2025-09-27
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Com Tarcísio desacelerando na empreitada, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), buscou contato com políticos e empresários paulistas ao longo da semana para se viabilizar como alternativa.
Aliados de Tarcísio afirmam que a perspectiva de consolidação dele como adversário de Lula em 2026 ficou mais distante após derrotas de seu campo político, como a rejeição à PEC da Blindagem, o enfraquecimento da proposta de anistia e a adesão da população aos atos no domingo passado (21) contra as duas pautas.
Além disso, aliados do governador de São Paulo e de Jair Bolsonaro têm manifestado preocupação com movimentos de pessoas próximas ao ex-presidente que tentam convencê-lo de insistir em uma candidatura ao Planalto, mesmo inelegível e com condenação de 27 anos e três meses de prisão.
Entre os quadros de direita e de centro havia a expectativa de que, com a proximidade do fim do ano, Bolsonaro indicasse com mais segurança que passaria o bastão, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a família mantém o discurso de candidatura do ex-presidente. Dentre esses aliados, há quem veja o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa pelo espólio eleitoral do pai.
O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. Apesar de negar isso publicamente, ele vinha se preparando para essa possibilidade diante de acenos positivos por parte de Bolsonaro. Ele visitará o ex-presidente nesta segunda-feira (29).
A demonstração de desânimo do governador, além dos crescentes alertas de aliados de Bolsonaro, pode também servir como uma forma de pressionar o ex-presidente a se decidir.
Enquanto o governador se distanciou dos holofotes, Ratinho circulou por São Paulo ao lado de Gilberto Kassab, presidente de seu partido e secretário de Governo de Tarcísio, tentando se projetar no estado, que possui o maior eleitorado do país.
A agenda incluiu reunião com empresários, palestra na Associação Comercial (onde Kassab tem influência), cerimônia de filiação de uma ex-secretária de Cultura da capital e um jantar com o ex-tucano Andrea Matarazzo. Além disso, Ratinho também sondou lideranças do interior do estado para ajudá-lo na coordenação da campanha, como o ex-prefeito de Itapevi Igor Soares (Podemos), que em 2022 esteve com Tarcísio.
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Apesar do apoio, Kassab é reticente em abrir mão de Tarcísio, que segue sendo sua primeira opção à Presidência, segundo a Folha apurou. Ratinho é seu plano B, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o plano C. O partido pretende escolher o nome mais competitivo no ano que vem.
“Tem tido, da nossa parte, a abertura de espaço para que eles (Ratinho e Leite) se apresentem, apresentem a sua história, o seu legado”, disse Kassab na sexta (26) ao participar de um evento. “Como governadores, aliás, eles são muito bem avaliados nos seus estados. E vamos aguardar, agora, o desdobramento, as próximas semanas, com muita calma.”
Para um dirigente partidário paulista, as incursões de Ratinho em São Paulo são uma tentativa de projetá-lo como representante da centro-direita, diante da percepção de que Tarcísio optou pela ala mais radical do bolsonarismo. Este dirigente, entretanto, avalia que o governador de São Paulo ainda tem tempo e condições para chegar às eleições com capital político para derrotar Lula.
O nome de Ratinho surge também como alternativa entre bolsonaristas, mas com algum ceticismo quanto à sua viabilidade eleitoral, ainda que ele tenha baixa rejeição e seja ainda pouco conhecido pela população.
Após a prisão de Bolsonaro, o governador de São Paulo intensificou a articulação pela anistia ao seu padrinho político, considerado um gesto importante para conquistar a ala mais radical do bolsonarismo. Viajou a Brasília e fez lobby para aprovar o perdão, mas viu a proposta perder fôlego na última semana.
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