“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou o chefe do Executivo Paulista.
Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou o chefe do Executivo Paulista. (Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elevou o tom em muitos decibéis de bolsonarismo no domingo (7), ao discursar na avenida Paulista. Embora o movimento gere risco de colar nele parte da rejeição que o eleitorado tem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e também afastar votos do centro, seu cálculo político é pragmático: a disputa presidencial de 2026 será novamente polarizada, e o segundo turno terá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um candidato anti-PT.
Marqueteiros que atuaram nas eleições de 2022 consideram que não haverá espaço para moderação no embate público no ano que vem. O clima continuará de fla-flu, apostam. Nesse raciocínio, Tarcísio assume, desde já, o papel de antagonista a Lula e ao petismo. “O País vai se livrar das garras do PT”, disse o governador no seu discurso na Paulista.
A frase ficou perdida em meio à defesa da anistia e às críticas de Tarcísio ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou o chefe do Executivo Paulista.
Depois, indagado pelo repórter Pedro Augusto Figueiredo, do Estadão, sobre o tom adotado, o governador disse que refletia o sentimento popular. “As pessoas estão cansadas, muito cansadas. Só traduzi um pouco do sentimento das pessoas”.
O protagonismo da bandeira alheia atrapalhou o principal objetivo dos conservadores, que era ressaltar na manifestação valores como liberdade, equilíbrio entre os poderes e confiança na democracia Bandeira errada, dia errado: protagonismo de símbolo dos EUA no 7 de Setembro é rejeitado nas redes
É importante observar que Tarcísio de Freitas só dá esse passo agora porque conta com o apoio do Centrão para ser o candidato presidencial da direita. Esse grupo não tem dúvidas de que mesmo quem discorda da anistia, no segundo turno serão todos da direita e centro-direita contra Lula.
O governador paulista carrega o DNA político do bolsonarismo. Foi ministro do governo Jair Bolsonaro por quase quatro anos e chegou ao Palácio dos Bandeirantes pelas mãos do capitão. Se isso não estava claro, especialmente para os filhos do ex-presidente, agora ficou evidente para o eleitor em geral.
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) achavam que a mudança de figurino político de Tarcísio de Freitas era parte de um jogo de cena. O governador de São Paulo passou a atuar em Brasília para anistiar Jair Bolsonaro, com a perspectiva de se tornar sucessor do ex-presidente nas eleições de 2026.
No entanto, durante um discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, Tarcísio fez uma espécie de dublagem do pastor Silas Malafaia ao dizer que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”. Essa fala deixou membros da Corte indignados e surpresos.
Um ministro do STF disse ter sido surpreendido com a postura de Tarcísio, porque ele é o “GOVERNADOR DE SÃO PAULO” (assim mesmo, com letras maiúsculas) — e não estava até então na prateleira de bolsonaristas radicais “como o deputado Nikolas Ferreira e o pastor Silas Malafaia”.
Outro integrante da Corte destacou que, ao fugir do tom institucional, o chefe do estado paulista “caiu na tentação de pagar uma fatura” para conseguir o apoio do ex-presidente para ser ungido como o principal candidato da direita nas eleições de 2026.
Um terceiro magistrado relembra ainda que Tarcísio sempre fez questão de cultivar uma boa relação com membros da Corte, buscando contatos frequentes, mas que, depois do ataque a Moraes, pode ter “dinamitado pontes importantes” com a cúpula do Poder Judiciário.
Nos últimos anos, Tarcísio atuava para arrefecer a temperatura da crise dos bolsonaristas com o STF. Ele foi o responsável por promover um encontro, a portas fechadas, entre o senador Jorge Seif (PL-SC) e Moraes, para evitar a cassação do mandato do parlamentar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
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“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou o chefe do Executivo Paulista.
Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou o chefe do Executivo Paulista. (Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elevou o tom em muitos decibéis de bolsonarismo no domingo (7), ao discursar na avenida Paulista. Embora o movimento gere risco de colar nele parte da rejeição que o eleitorado tem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e também afastar votos do centro, seu cálculo político é pragmático: a disputa presidencial de 2026 será novamente polarizada, e o segundo turno terá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um candidato anti-PT.
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No entanto, durante um discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, Tarcísio fez uma espécie de dublagem do pastor Silas Malafaia ao dizer que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”. Essa fala deixou membros da Corte indignados e surpresos.
Um ministro do STF disse ter sido surpreendido com a postura de Tarcísio, porque ele é o “GOVERNADOR DE SÃO PAULO” (assim mesmo, com letras maiúsculas) — e não estava até então na prateleira de bolsonaristas radicais “como o deputado Nikolas Ferreira e o pastor Silas Malafaia”.
Outro integrante da Corte destacou que, ao fugir do tom institucional, o chefe do estado paulista “caiu na tentação de pagar uma fatura” para conseguir o apoio do ex-presidente para ser ungido como o principal candidato da direita nas eleições de 2026.
Um terceiro magistrado relembra ainda que Tarcísio sempre fez questão de cultivar uma boa relação com membros da Corte, buscando contatos frequentes, mas que, depois do ataque a Moraes, pode ter “dinamitado pontes importantes” com a cúpula do Poder Judiciário.
Nos últimos anos, Tarcísio atuava para arrefecer a temperatura da crise dos bolsonaristas com o STF. Ele foi o responsável por promover um encontro, a portas fechadas, entre o senador Jorge Seif (PL-SC) e Moraes, para evitar a cassação do mandato do parlamentar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
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